Viver com o horizonte de Deus, da fé. Cristo centro e "pão" da nossa existência: Bento XVI, domingo, ao Angelus
Manter Jesus no centro da própria existência e ter como perspetiva de
vida não apenas as necessidades materiais, mas o “horizonte de Deus”, o
“horizonte da fé”: aspetos sublinhados por Bento XVI, hoje ao meio-dia,
com centenas de peregrinos das mais diversas proveniências congregados
no pátio interior da residência de Castel Gandolfo para com ele
recitarem o Angelus dominical.
O Papa comentou, como sempre, o
Evangelho do dia, desta vez do capítulo sexto de São João, em que Jesus
interpela a multidão pelo facto de O procurarem não por terem visto os
sinais de Deus, mas apenas por terem sido saciados (com a multiplicação
dos pães):
“Jesus quer ajudar as pessoas a não ficarem apenas ao
nível da satisfação imediata das próprias necessidades materiais, por
muito importantes que sejam. Quer abrir a um horizonte da existência que
não é simplesmente o das preocupações quotidianas do comer, do vestir,
da carreira”.
As pessoas não compreendem o que Jesus lhes
propõe. Pensam que lhes pede o cumprimento de qualquer preceito, para
que o milagre continue. A sua resposta é: “A obra de Deus é acreditardes
n’Aquele que Ele mandou”.
“O centro da existência, ou seja, aquilo que dá pleno sentido e firme esperança
ao
caminho tantas vezes difícil, é a fé em Jesus, é o encontro com Cristo.
Não se trata de seguir uma ideia, um projeto, mas de O encontrar como
uma Pessoa viva, de deixar-se tomar totalmente por Ele e pelo seu
Evangelho.
Jesus convida a não nos determos no horizonte humano, mas
a abrir-nos ao horizonte de Deus, ao horizonte da fé. Ele exige uma
única obra: acolher o plano de Deus, isto é, ‘crer n’Aquele que Ele enviou’.”
Não é com a atividade humana que podemos “ganhar” (obter) Jesus, o
verdadeiro pão que sacia a nossa fome de sentido, de verdade. Ele vem a
nós apenas como dom do amor de Deus, como “obra de Deus”, que nos toca
pedir e acolher.
“Caros amigos, nas nossas jornadas cheias de
ocupações e de problemas, mas também nas de repouso e distensão, o
Senhor nos convida a não esquecer que, se é necessário preocuparmo-nos
com o pão material e com o retemperar das forças, mais fundamental ainda
é fazer crescer a relação com Ele, reforçar a nossa fé n’Aquele que é o
‘pão da vida’, que enche o nosso desejo de verdade e amor”.
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