quarta-feira, 18 de julho de 2018

Cristo era um revolucionário?

A adoção da análise marxista é um veneno para a fé católica. Como, então, seria Cristo um marxista, um revolucionário?

O ex-Presidente Hugo Chávez, da Venezuela, para justificar o seu governo socialista de linha marxista e a implantação do totalitarismo no país, disse: “O Cristo verdadeiro é o da propriedade comum, era comunista mais que socialista; era um comunista autêntico, um anti-imperialista, inimigo da oligarquia, inimigo das elites e do poder” (Rádio Vaticano, 10 de janeiro de 2007).
Cristo, de fato, foi um comunista e revolucionário? Não.
Arte: Wesley Almeida / cancaonova.com



Quando o Papa João Paulo II abriu a III Conferência Geral do Episcopado Latino-Americano, em Puebla, no México, em 1979, ele deixou claro:

“Essa visão de Jesus como o Revolucionário de Nazaré não se coaduna com a fé católica.” Com essas palavras, o Papa cortava na raiz as pretensões da Teologia da Libertação, de linha marxista-leninista, que se fortalecia na América Latina na década de 1970. A partir daí, foi visível que o grande Papa iniciou um grandioso trabalho na Igreja, especialmente junto aos Bispos, para sanar os erros da Teologia da Libertação; o que foi eficaz, graças a Deus (A Teologia da Libertação, Ed. Cléofas, 2000).
Cristianismo e Comunismo são antagônicos


Onde está o antagonismo entre Cristianismo e Comunismo? O Comunismo prega o materialismo histórico (ou dialético), isto é, todos os acontecimentos da história são determinados pelo fator econômico; a ordem política, a cultural e religiosa reduzem-se a fenômenos econômicos. Isso é contrário aos princípios cristãos, que reconhecem no homem uma alma espiritual, aberta para os valores transcendentais.

Esses valores levaram os homens a desprezar, muitas vezes, o valor econômico em função dos bens espirituais. Lembre-se, por exemplo, dos grandes santos que abalaram o mundo (Santo Agostinho, Santo Tomás, Santa Teresa D’Ávila, Santo Inácio de Loyola, São João Bosco etc.); nenhum deles atuou tendo o fator econômico como determinante.

O Comunismo é materialista e é adverso à fé e ao Cristianismo, sendo que a produtividade econômica é considerada o único valor reconhecido, de modo que a fé em Deus Criador e em Jesus Cristo Salvador são vistas como inútil e alienante. A religião é considerada “o ópio (droga) do povo” e odiavam a Igreja de Cristo. Para ver isso, basta ler a obra de Karl Marx: “O Capital”, de 1867.

A análise marxista é estruturada sobre a teoria violenta da “luta de classes”, jogando uma classe contra outra; é o motor da história. Considera que toda a história é movida pelo conflito entre patrões e operários, o que está errado e injusto, pois muitos outros fatores movem a história: as relações de amor, paz, aliança, tanto entre indivíduos como entre sociedades. A mentalidade da luta de classes é anticristã, porque incita ao ódio e joga irmão contra irmão. O Cristianismo não aceita a luta como meio ordinário de transformar a sociedade, ao contrário, ensina a reconciliação, o diálogo entre as partes, o acordo, o perdão.

Para o “práxis” marxista, “os fins justificam os meios”. Pode-se lançar mão da violência, da corrupção, do roubo, da falsidade e da morte para implantar o Comunismo. Tudo é válido! “Por isso, o Comunismo matou cerca de 100 milhões de pessoas no século XX, e foi o maior fracasso do mesmo século” (O Livro Negro do Comunismo).
Marxismo, veneno para a fé católica


Por isso tudo, os bispos latino-americanos reunidos em Puebla, no ano de 1979, fizeram essa grave advertência sobre o perigo do uso do Marxismo na Teologia:

“Cumpre salientar aqui o risco de ideologização a que se expõe a reflexão teológica, quando se realiza partindo de uma “práxis” que recorre à análise marxista. Suas consequências são a total politização da existência cristã, a dissolução da linguagem da fé na das ciências sociais e o esvaziamento da dimensão transcendental da salvação cristã.” (n.º 545).

Em outras palavras, a adoção da análise marxista é um veneno para a fé católica. Como, então, seria Cristo um marxista, um revolucionário?

O Marxismo e o Cristianismo são mutuamente incompatíveis. As tentativas de aliança entre ambos redundam em desvirtuação de um ou de outro.

O Comunismo nega o direito da propriedade particular e defende que todos os meios de produção devem estar nas mãos do Estado. A Igreja não concorda com isso, embora a injusta distribuição acarrete graves males, e é preciso ser corrigida, mas nem por isso se deve negar o direito à propriedade particular.

A análise marxista atrai os intelectuais e as massas, hoje em dia, porque propõe “acabar com a injustiça social”. De que modo? Com que meios? É preciso que a busca desse ideal desejado por todos não seja feita por meios imorais, como são os meios marxistas, que desrespeitam a pessoa humana, usa a violência, a luta de classes e o incitamento ao ódio entre irmãos. Todos queremos justiça social, mas pela pureza e caridade, não pela violência.

O Santo Padre João Paulo II, em discurso aos Bispos do CELAM, rejeitou a hipótese de utilizar-se a análise marxista como premissa para a elaboração de um sistema de pensamento católico: “(…) A libertação cristã usa ‘meios evangélicos, com a sua eficácia peculiar, e não recorre a algum tipo de violência nem à dialética da luta de classes (…)’ (Puebla, 486) ou à praxis ou análise marxista” (n.º 8).

É nessa linha que se deve promover os pobres e a justiça. Essa é a diferença fundamental entre o socialismo marxista de Hugo Chavez e Fidel Castro e o Cristianismo.
O meu Reino não é desse mundo


A Conferência Episcopal Venezuelana (CEV), em 20 de dezembro de 2007, manifestou-se, ao então Presidente da Venezuela Hugo Chávez, congratulando-se com ele por sua reeleição, e pedindo-lhe que mantivesse a educação religiosa e não implementasse no país, “um socialismo inspirado na filosofia marxista”. “Esperamos que este socialismo, que ainda não está definido, (…) não siga a linha de um totalitarismo, de uma visão estatizada de ocupar todos os espaços, e não se inspire na filosofia marxista” – disse o Cardeal-arcebispo de Caracas, Jorge Liberato Urosa Savino, na época, Presidente da Conferência Episcopal Venezuelana, numa coletiva de imprensa.

Infelizmente, esse apelo não foi ouvido, e o ditador caminhou a passos largos para implantar o socialismo marxista e totalitário na Venezuela, segundo o modelo de Cuba.

Para a análise marxista, a felicidade está apenas neste mundo, e o que existe é apenas o “Reino do homem”, e não o “Reino de Deus”. Mas Cristo, no momento crucial do seu julgamento diante de Pilatos, foi enfático: “O meu Reino não é deste mundo. Se o meu Reino fosse desse mundo, certamente os meus súditos teriam lutado para que eu não fosse entregue aos judeus; mas o meu Reino não é deste mundo” (Jo 18,36).

Fonte: Canção nova 

sexta-feira, 13 de julho de 2018

Rezemos a poderosa oração a São Bento e peçamos sua intercessão

Reze a poderosa oração a São Bento e peça a ele que livre toda sua família do mal





Glorioso São Bento,
que dedicaste toda sua vida a Cristo e aos irmãos,
cuidando da vida espiritual
e estabelecendo pontes de amor
entre o coração de Deus e alma do homem,
protegei-me contra os ataques do mal,
livrai-me das insídias do inimigo,
concedei-me a paz interior
e a fortaleza diante das tempestades da vida.



sexta-feira, 1 de junho de 2018

O tempo está próximo.


Eis que o tempo se aproxima, dia após dia. 



Pater Noster, belo de mais.


Exorcismos nos tempos atuais.

Voltaram alegres os setenta e dois, dizendo: Senhor, até os Demônios se nos submetem em Teu Nome!” (Lc 10,17).


O Exorcismo e os tempos atuais…

Voltaram alegres os setenta e dois, dizendo: Senhor, até os Demônios se nos submetem em Teu Nome!” (Lc 10,17)
O que é um Exorcismo?A questão do Exorcismo foi sempre cercado de grandes polêmicas e especulações.
Sempre que filmes trataram desse tema, o que se viu foram pessoas indo às salas de cinema para poderem ver ou entender algo que ainda não foi mostrado claramente.
Isso talvez porque a questão do Exorcismo sempre foi tratado com muita prudência por parte da Igreja, mas as pessoas vêem o Exorcismo como algo secreto da Igreja e coisas do tipo, e isso lhes causa a curiosidade de saber o que realmente acontece, como acontece, o que se faz e etc…No fundo acredito que as pessoas sabem que a nossa vida também é cercada por uma realidade espiritual, e ter o conhecimento deste mistério, faz com que filmes com esta temática se destaquem.
A verdade é que os filmes nem sempre mostram a realidade da questão do Exorcismo, nem no que diz respeito as cenas – que em geral exageram na interpretação – e nem mesmo no ensinamento correto sobre o tema.
Existem sim filmes que chegam bem próximos, mas por se tratar de filmes, sempre precisam fazer com que as cenas e o enredo prendam a atenção do público, quando isso acontece, saem um pouco da maneira correta de se explicar um Exorcismo.
O que é de fato um Exorcismo?
Exorcismo vem de uma palavra grega EXORKIZEIN que significa conjurar.
O Exorcismo é um sacramental. Em geral ele é realizado dentro de uma celebração litúrgica, onde sua essência é a conjuração ao Demônio, isso é, o ato de ORDENAR ao Demônio que se retire do corpo da pessoa possuída em Nome de Jesus, e pela “autoridade espiritual” da Igreja.
Exorcismo pode ser realizado conforme nos diz o Catecismo da Igreja Católica, no numero 1673 em 2 realidades: “O Exorcismo tem por fim expulsar os demônios ou libertar do poder diabólico, e isto em virtude da autoridade espiritual que Jesus confiou à sua Igreja
O Catecismo usa o Exorcismo a fim de EXPULSAR os Demônios, ou LIBERTAR do poder diabólico.
O Catecismo ainda diz: “Quando a Igreja pede publicamente e com autoridade, em nome de Jesus Cristo, que uma pessoa ou objeto seja protegido contra a ação do Maligno e subtraído ao seu domínio, fala-se de exorcismo.” (CIC 1673)
Quando eu estive com o Padre José Fortea, e com o Padre Duarte Sousa Lara, os dois me disseram que o Exorcismo é a melhor maneira de se comprovar se naquela pessoa existe realmente uma ação diabólica, e que o Exorcismo pode também ser usado como diagnostico em alguns casos na qual há suspeita e fortes indícios da ação direta do Demônio.
Agora é importante sabermos quem pode realmente Exorcizar:
Todo Bispo é Exorcista, isso precisa ficar bem claro. Pois ele não precisa de nenhuma autorização ou licença para realizar um Exorcismo.
Agora sem ser o Bispo, somente um Sacerdote com uma licença ou autorização explicita do Bispo pode realizar um Exorcismo.
Código de Direito Canônico diz no número 1172: “Ninguém pode legitimamente exorcizar os possessos, a não ser com licença especial e expressa do Ordinário do lugar.
§ 2. Esta licença somente seja concedida pelo Ordinário do lugar a um presbítero dotado de piedade, ciência, prudência e integridade de vida.
Uma outra coisa importante de se saber é: Um padre que foi nomeado Exorcista, ele só pode realizar a celebração litúrgica do Exorcismo em sua Diocese. Ele não tem autorização para Exorcizar ninguém fora de sua Diocese. Se ele estiver em alguma paroquia que pertença a outra Diocese, ele precisará da permissão do Bispo local.
Quando Padre RufusPadre Jose Fortea, Padre Duarte Sousa Lara estiveram na Canção Nova, em nenhum momento realizaram Exorcismos, pois não poderiam sem a autorização do Bispo de nossa Diocese.
Um Bispo também pode nomear um Sacerdote como Exocista de sua Diocese, e este será o Exorcista fixo, que poderá sempre que entender necessário dentro do que recomenda a Igreja realizar a celebração do Exorcismo, ou ainda o Bispo pode dar uma licença para um Sacerdote em casos determinados e específicos.
No que diz respeito ao Exorcismo em si, uma vez que o Sacerdote tenha identificado que os sinais, e sintomas que identifiquem uma Possessão Diabólica, não é obrigatório nenhum tipo de diagnostico médico ou algo do tipo. É claro que um diagnóstico médico poderá servir de ajuda para o discernimento, mas não irá determinar nada. Isso porque a linha entre os sintomas de uma possessão e um distúrbio psiquiátrico podem ser muito parecidos.
Agora, quanto buscar a ajuda na medicina em si ou em psiquiatras, no próprio Ritual de Exorcismos, em suas explicações Preliminares, há uma recomendação: “…e consulte, na medida do possível,
peritos em ciência médica e psiquiátrica, que tenham a sensibilidade das realidades espirituais.” (Cap III – Preliminares 17)
A observação é bem clara: “…peritos em ciência médica e psiquiátrica, que tenham a sensibilidade das realidades espirituais.” Os profissionais que tratarão deste tipo de situação, precisam ter certo conhecimento sobre as realidades espirituais. Não pode – se escolher qualquer profissional…
Penso que já deu para ter um bom entendimento do que é um Exorcismo…E somente para terminarmos, pois é certo que outros artigos sempre trarão esta realidade, destaco aqui o que o Cardeal Angelo Scolafez em sua Diocese em Milão, na Itália.
Cardeal Angelo Scola precisou nomear mais 6 novos Exorcistas em sua Diocese por consequência da grande solicitação de fiéis que estavam procurando este tipo de ajuda. Além de nomear 6 novos Exorcistas, Card. Angelo Scola ativou um telefone na qual as pessoas podem ligar e serem informadas onde se encontra um Exorcista mais proximo de sua regiao, referente a Diocese de Milão. Hoje sua Diocese conta com 12 Sacerdotes Exorcistas, e os mesmos foram orientados pela Cardeal Scola a atender entre 2 a 4 casos por dia somente. Isso porque o discernimento de cada caso pode ser bem demorado e envolve questões do psicológico da pessoa, espiritual, familiar e etc…
Eu trouxe este exemplo do Cardeal, para ficar claro que a questão do Exorcismo e de pessoas que realmente estão sofrendo com este situação é real e crescente…E não podemos virar as costas e fingir que nada esta acontecendo, ou achar que tudo é da cabeça das pessoas…
Quem dera eu tivesse um tempo maior para responder aos e-mails que me chegam, um tempo maior para receber as pessoas e rezar por elas…
O que não podemos como cristãos é deixar que estas pessoas não encontrem em nós ao menos uma palavra de conforto, e que contem ao menos com as nossas Orações.
Deus abençoe voce!

Via CN / livresdetodomal

A Luz veio ao mundo, mas preferimos as trevas

Na memória da Virgem Maria Mãe da Igreja, o Cardeal Robert Sarah refletiu sobre a oposição entre a luz e as trevas neste mundo.
Homilia na catedral de Chartres, na França, dia 21 de maio de 2018.
Permitam-me, em primeiro lugar, agradecer calorosamente a Sua Excelência, Dom Philippe Christory, bispo de Chartres, pelo seu acolhimento nesta maravilhosa Catedral.
Na memória da Virgem Maria Mãe da Igreja, o Cardeal Robert Sarah refletiu sobre a oposição entre a luz e as trevas neste mundo.
Queridos peregrinos de Chartres,
“A luz veio ao mundo”, diz-nos hoje o Evangelho, “e os homens preferiram as trevas”.
E vocês, queridos peregrinos, acolheram a única Luz que não engana? Acolheram a Luz de Deus? Vocês caminharam durante três dias. Rezaram, cantaram, sofreram debaixo do sol e da chuva… Acolheram a Luz em seus corações? Renunciaram realmente às trevas? Escolheram seguir o Caminho, seguindo Jesus, que é a Luz do mundo?
A Luz e as trevas do mundo sem Deus
Queridos amigos, permitam-me fazer esta pergunta radical, porque, se Deus não é a nossa Luz, todo o resto se torna inútil. Sem Deus, tudo é escuridão.
Deus veio até nós e se fez homem. Revelou-nos a única verdade que salva, foi morto para nos resgatar do pecado e, no Pentecostes, nos deu o Espírito Santo e nos ofereceu a Luz da fé. Mas nós preferimos as trevas!
Olhemos ao nosso redor! A sociedade ocidental decidiu se organizar sem Deus. Ela está agora entregue às luzes cintilantes e enganadoras da sociedade do consumismo, do lucro a qualquer preço, do individualismo sem medida.
Um mundo sem Deus é um mundo de trevas, de mentiras e de egoísmo. Sem a Luz de Deus, a sociedade ocidental se tornou como um barco sem rumo na noite! Ela já não tem amor para receber os filhos, para os proteger desde o seio materno, para os preservar da agressão da pornografia.
Privada da Luz de Deus, a sociedade ocidental já não sabe respeitar os seus idosos, nem acompanhar os seus doentes no caminho da morte, nem dar lugar aos mais pobres e aos mais fracos. Ela foi entregue às trevas do medo, da tristeza e do isolamento. Não tem mais do que um vazio e um nada para oferecer. Deixa proliferar as ideologias mais loucas.
Uma sociedade ocidental sem Deus pode tornar-se o berço de um terrorismo ético e moral mais viral e mais destrutivo que o terrorismo dos islamistas. Lembrem-se de que Jesus nos disse: “Não temais aqueles que matam o corpo e não podem matar a alma; antes, tenham medo daquele que pode fazer perecer a alma e o corpo no inferno” (Mt 10, 28).
A proclamação de Jesus Cristo como Luz do mundo
Queridos amigos, perdoem-me esta descrição, mas é preciso ser lúcido e realista. Se eu lhes falo assim, é porque, no meu coração de padre e de pastor, eu sinto muito por tantas almas perdidas, tristes, inquietas e sozinhas! Quem as conduzirá rumo à Luz? Quem lhes mostrará o caminho da verdade, o verdadeiro caminho da liberdade, que é o caminho da Cruz? Vamos deixá-las entregar-se ao erro, ao niilismo desesperado ou ao islamismo agressivo sem fazer nada? Nós devemos gritar ao mundo que a nossa esperança tem um nome: Jesus Cristo, o único Salvador do mundo e da humanidade!
Queridos peregrinos da França, olhem para esta catedral! Os antepassados de vocês a construíram para proclamar a sua fé! Tudo, na sua arquitetura, na sua escultura, nos seus vitrais, proclama a alegria de ser salvo e amado por Deus. Os seus antepassados não eram perfeitos, não estavam livres de pecado. Mas eles queriam deixar a luz da fé iluminar as suas trevas!
Hoje também vocês, povo da França, acordem! Escolham a luz! Renunciem às trevas! Como? O Evangelho nos responde: “Aquele que age segundo a verdade vem para a luz”. Deixemos a Luz do Espírito Santo iluminar as nossas vidas concretamente, simplesmente, até os recônditos mais profundos do nosso ser!
Agir segundo a verdade é, em primeiro lugar, colocar Deus no centro da nossa vida, como a Cruz é o centro desta catedral. Meus irmãos, escolhamos voltar-nos a Ele todos os dias! Agora, assumamos o compromisso de reservar todos os dias alguns minutos de silêncio para nos voltarmos a Deus, para dizer a Ele: “Senhor, reina em mim! Eu Te entrego a minha vida!”
Queridos peregrinos, sem silêncio não há luz. As trevas se alimentam do barulho incessante do mundo, que nos impede de nos voltarmos para Deus. Tomemos como exemplo a liturgia de hoje. Ela nos leva à adoração, ao temor filial e amoroso perante a grandeza de Deus. Ela culmina na consagração, onde todos juntos, voltados para o altar, de olhar fixo na Eucaristia, na cruz, comungamos em silêncio, no recolhimento e na adoração.
Queridos irmãos, amemos essas celebrações litúrgicas que nos fazem saborear a presença silenciosa e transcendente de Deus e nos fazem voltar para o Senhor.
Um apelo aos sacerdotes sobre a Liturgia
Queridos irmãos padres, eu quero me dirigir agora especialmente a vocês. O Santo Sacrifício da Missa é o lugar onde vocês encontrarão a luz para o seu ministério. O mundo em que vivemos pede a nossa atenção sem cessar. Nós estamos constantemente em movimento, sem nos preocuparmos em parar e dedicar um tempo a procurar um lugar deserto para descansar um pouco, na solidão e no silêncio, na companhia do Senhor. Grande seria o perigo de nos tornarmos apenas “trabalhadores sociais”. Se isso acontecesse, nós não daríamos mais a Luz de Deus, mas a nossa própria luz, que não é a Luz que os homens esperam. O que o mundo espera dos padres é Deus e a Luz da Sua Palavra, proclamada sem ambiguidade nem falsificação.
Saibamos voltar-nos para Deus numa celebração litúrgica recolhida, cheia de respeito, de silêncio e marcada pela sacralidade. Não inventemos nada na liturgia: recebamos tudo de Deus e da Igreja. Não procuremos nela o espetáculo ou o sucesso. A liturgia nos ensina: ser sacerdote não é, em primeiro lugar, fazer muito, mas sim estar com o Senhor na cruz!
A liturgia é o lugar onde o homem encontra Deus cara a cara. A liturgia é o momento mais sublime onde Deus nos ensina a “reproduzir em nós a imagem do Seu Filho Jesus Cristo, para que Ele seja o primogênito de uma multidão de irmãos” (Rm 8, 29). Ela não é nem deve ser uma ocasião de ruptura, de luta ou de disputa.
Na forma ordinária, assim como na forma extraordinária do rito romano, o essencial é nos voltarmos à Cruz, a Cristo, nosso Oriente, nosso Tudo e nosso único Horizonte! Seja da forma que for, ordinária ou extraordinária, saibamos sempre celebrar, como neste dia, segundo o que nos ensina o Concílio Vaticano II: com nobre simplicidade[1], sem sobrecargas inúteis, sem estética fictícia e teatral, mas com o sentido do sagrado, a preocupação primeira da glória de Deus e com verdadeiro espírito de filhos da Igreja de hoje e de sempre!
Queridos irmãos sacerdotes, guardem sempre esta certeza: estar com Cristo na cruz, é isto o que o celibato sacerdotal proclama ao mundo! O projeto, de novo proposto por alguns, de desvincular o celibato do sacerdócio, conferindo o sacramento da ordem a homens casados (os viri probati), por, dizem eles, “razões ou necessidades pastorais”, teria graves consequências, na realidade, de romper com a tradição apostólica. Nós fabricaríamos um sacerdócio à nossa medida humana, mas não perpetuaríamos, não prolongaríamos o sacerdócio de Cristo, obediente, pobre e casto. De fato, o sacerdote não é somente “alter Christus”, mas é, verdadeiramente, “Ipse Christus”: o próprio Cristo! E é por isso que o caminho para seguir a Cristo e a Igreja será sempre um sinal de contradição!
O testemunhao da alegria que vem de Cristo
A vocês, queridos cristãos leigos, comprometidos na vida das cidades, eu quero me dirigir com força: não tenham medo! Não tenham medo de levar a esse mundo a Luz de Cristo!
O primeiro testemunho de vocês deve ser sempre o seu exemplo: ajam segundo a verdade! Nas suas famílias, na sua profissão, nas suas realidades sociais, econômicas, políticas, que seja Cristo a sua Luz! Não tenham medo de testemunhar que a sua alegria vem de Cristo!
Eu lhes peço, não escondam a fonte da sua esperança! Pelo contrário: proclamem, testemunhem, evangelizem! A Igreja precisa de vocês! Lembrem a todos que somente “Cristo crucificado revela o sentido autêntico da liberdade!”[2] Com Cristo, libertem a liberdade hoje acorrentada pelos falsos direitos humanos, todos orientados para a autodestruição do homem.
A vocês, queridos pais, quero dirigir uma mensagem bem particular. Ser pai e mãe de família no mundo de hoje é uma aventura cheia de sofrimentos, de obstáculos e preocupações. A Igreja lhes diz: obrigada! Sim, obrigada pela doação generosa de vocês mesmos!
Tenham a coragem de educar os seus filhos na Luz de Cristo. Vocês terão que lutar, às vezes, contra os ventos dominantes, suportar a zombaria e o desprezo do mundo.
“Nós proclamamos Cristo crucificado, escândalo para os judeus e loucura para os pagãos” (1 Cor 1, 23-23).
Não tenham medo! Não renunciem! A Igreja, pela voz dos Papas, especialmente todos desde a encíclica Humanae Vitae, confia a vocês uma missão profética: testemunhar perante todos a nossa alegria e confiança em Deus, que fez de nós guardiões inteligentes da ordem natural. Vocês anunciam aquilo que Jesus nos revelou com a Sua própria vida: “a liberdade se realiza no amor, isto é, na doação de si mesmo”[3].
Queridos pais e mães de família, a Igreja ama vocês! Amem também vocês a Igreja! Ela é a sua Mãe. Não se misturem com quem dela zomba, porque eles só veem as rugas do seu rosto envelhecido pelos séculos de sofrimentos e provas. Ainda hoje, ela é bela e brilha de santidade.

Via CN / Aleteia. 

Ser maduro na fé.



A pessoa que tem uma fé vivida de forma madura com Deus:

1 – Escolhe inteiramente Deus;
2 – Sabe discernir a vontade d’Ele;
3 – Faz a vontade d’Ele até o fim;
4 – Vive o Evangelho sem questionamentos;
5 – É livre no Senhor;
6 – Sabe obedecer;
7 – Sabe reconhecer os sinais dos tempos;
8 – Vive uma individualidade, não um individualismo;
9 – É capaz de viver a alteridade;
10 – Vive uma fé com obras.

Via canção nova.