domingo, 20 de dezembro de 2009

Advento: Deus cumpre as suas promessas por meio de seu Filho.


Deus estabeleceu não só um tempo para suas promessas, como também um tempo para a realização do que prometera. O tempo das promessas vai dos profetas a João Batista. A partir dele começa o tempo de cumprir-se o prometido.
Deus, que se fez nosso devedor, é fiel, nada recebendo de nós, mas nos prometendo tão grandes bens. Pareceu-lhe pouco a simples promessa e, por isso, quis ainda comprometer-se por escrito, como que firmando conosco um contrato. Desse modo, quando começasse a cumprir as coisas prometidas, veríamos em tal escritura a ordem com que seriam realizadas. O tempo das profecias era o do anúncio das promessas, como já dissemos várias vezes.
Prometeu-nos a salvação eterna, a vida bem-aventurada e sem fim em companhia dos anjos, a herança imperecível, a glória eterna, a doçura da visão de seu rosto, a sua morada santa nos céus e, pela ressurreição dos mortos, a exclusão total da morte. É esta, de certo modo, a sua promessa final, o objetivo de toda nossa aspiração. Quando a tivermos alcançado, nada mais buscaremos nada poderemos exigir. Não deixou também de revelar o caminho que nos havia de conduzir a esses últimos fins, mas o prometeu e anunciou.
Deus prometeu aos homens a divindade, aos mortais a imortalidade, aos pecadores a justificação, aos humilhados a glória.
Contudo, meus irmãos, pareciam inacreditáveis aos homens, que Deus prometesse tirá-los de sua condição mortal de corrupção, vergonha, fraqueza, pó e cinza, para torná-los semelhantes aos anjos. Por isso, não só firmou com eles um contrato que os levasse a crer, mas constituiu ainda como mediador e garantia não um príncipe qualquer ou algum anjo ou arcanjo, mas seu Filho único. Desse modo, mostrou-nos e ofereceu-nos, por meio de seu próprio Filho, o caminho que levaria ao fim prometido.
Não bastou, porém, a Deus fazer seu Filho indicar o caminho; quis que Ele mesmo fosse o caminho, a fim de te deixares conduzir por Ele, caminhando sobre Ele próprio.
Para isso, o Filho único de Deus deveria vir ao encontro dos homens e assumir a natureza humana. Tornando-se homem, deveria morrer ressuscitar, subir aos céus, sentar-se à direita do Pai e realizar entre os povos o que prometera. E, depois da realização de suas promessas entre os povos, cumpriria também a de voltar para pedir contas de seus dons, separando os que merecerão a sua ira ou sua misericórdia, tratando os ímpios como ameaçara e os justos como prometera.
Tudo isso devia ser profetizado, anunciado e recomendado, para que, ao suceder, não provocasse medo com uma vinda inesperada, mas ao contrário, sendo objetivo da nossa fé, o fosse também por uma ardente esperança.

Por Padre Luizinho

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