Nós não inventamos a Missa. Ela é tesouro da Igreja!
Desde os primeiros tempos da vida da Igreja, os cristãos se reúnem para celebrar o Mistério Pascal de Cristo, na Eucaristia.
“Aleluia! Louvai, servos do Senhor,
louvai o nome do Senhor. Seja bendito o nome do Senhor, desde agora e
para sempre. Do nascer ao pôr do sol seja louvado o nome do Senhor” (Sl
112, 1-3). O louvor perene visto pelo salmista se realiza na Igreja, na
celebração da Eucaristia. “Na verdade, vós sois santo, ó Deus do
universo, e tudo o que criastes proclama o vosso louvor, porque, por
Jesus Cristo, vosso filho e Senhor nosso, e pela força do Espírito
Santo, dais vida e santidade a todas as coisas e não cessais de reunir o
vosso povo, para que vos ofereça em toda parte, do nascer ao pôr do
sol, um sacrifício perfeito” (Liturgia da Missa, Oração Eucrística III).
Assim reza a Igreja na Oração Eucarística, recordando que o mesmo
mistério de Cristo, em sua Morte e Ressurreição, torna-se presente e é
proclamado, para a vida e a salvação de todos os homens e mulheres,
pelos quais o Sangue de Cristo foi derramado. De fato, em qualquer tempo
e em toda parte do mundo, a Santa Missa é celebrada e o único
Sacrifício Redentor se renova. A fonte aberta do lado de Cristo na Cruz
nunca se fechou!
Desde os primeiros tempos da vida da Igreja, os cristãos se reúnem para celebrar o Mistério Pascal de Cristo, na Eucaristia.
Os Atos dos Apóstolos já testemunharam, nos sumários a respeito da vida
cristã primitiva, a fidelidade na “Fração do Pão”, o primeiro nome da
Missa (Cf. At 2, 42-47). Outros textos do Novo Testamento (Cf. At 20,
7-12; I Cor 11, 17-34) se referem à Eucaristia celebrada. Até hoje e
enquanto esperamos a vinda do Senhor, o mesmo mistério é celebrado na
Igreja.
Escritores dos primeiros séculos relatam
a prática dos cristãos. São Justino assim descreve de forma magnífica:
“No dia chamado do Sol, isto é, domingo, todos aqueles que moram nas
cidades e nos campos se reúnem no mesmo lugar e então são lidas as
memórias dos apóstolos ou os escritos dos profetas, enquanto o tempo o
permite. Depois que o leitor termina, aquele que preside à assembleia
toma a palavra, admoestando e exortando a colocar em prática estes bons
exemplos. Em seguida, todos juntos nos levantamos e elevamos preces aos
céus. Terminadas as orações, nós nos abraçamos com um ósculo recíproco.
Em seguida, são levados àquele que preside os irmãos um pão e uma taça
de vinho com água. Ele os recebe e louva e glorifica o Pai de todos, em
nome do Filho e do Espírito Santo; depois pronuncia uma longa ação de
graças porque fomos tornados dignos desses dons. Terminadas as orações e
o agradecimento eucarístico, o povo aclama Amém! Depois, aqueles que
chamamos diáconos distribuem a cada um dos presentes o pão e o vinho com
água eucaristizados e os levam aos ausentes” (Justino, cerca do ano
155, Apologia I, 67. 65). Suscita uma grande alegria saber que a prática
da celebração eucarística já se configurava assim nos primeiros tempos!
De fato, nós não inventamos a Missa. Ela é tesouro da Igreja!
O dia mais expressivo para a
participação na Santa Missa é o Domingo, Páscoa Semanal dos cristãos.
Trata-se de um direito de todos os batizados a Missa Dominical, antes de
ser um dever. Torna-se, sim, um compromisso de honra ir à missa no
domingo, acolher a Palavra de Deus proclamada e unir a própria vida à
Morte e Ressurreição de Cristo, comungando seu Corpo e seu Sangue.
Aliás, o Domingo, na frente do justo repouso que o caracteriza, é o dia
da Assembleia Eucarística. Não pode o cristão viver sem o Domingo! A
mesma Páscoa anual celebrada torna-se Páscoa semanal no dia ao Senhor e
pode ser Páscoa diária, todas as vezes que comemos deste Pão e bebemos deste vinho, anunciando a Morte do Senhor e proclamando a sua Ressurreição.
Como participar da Missa, que é o
coração da vida da Igreja? Priorizar no dia de Domingo a Missa, de
preferência em sua própria Comunidade Paroquial. Vale ainda sugerir que se revalorize o costume de participar como família, pais e filhos juntos.
A devida disposição interior para participar da Missa é alcançada com
um outro Sacramento, a Penitência ou Reconciliação. A confissão
frequente abre o coração para o acolhimento da graça da Eucaristia. Para
que “nosso sacrifício seja aceito por Deus Pai todo-poderoso” (Liturgia
da Missa), haja em nós aquelas atitudes propostas pelo profeta Isaías
ao povo eleito: buscar o Senhor cada dia, através da prática da justiça,
da observância da Lei, do jejum, da honestidade, do empenho pela
fraternidade, pela mortificação dos costumes perversos, pela prática
diária da caridade fraterna, mediante o acolhimento dos pobres, dos
órfãos, das viúvas, dos peregrinos (Cf. Is 58, 1-9). Outra proposta para
a Missa Dominical é prepará-la com antecedência, especialmente com a
leitura dos textos da Escritura que são proclamados. Nas várias edições
da Bíblia Sagrada se encontra a lista das leituras para as Missas.
A Igreja ensina (Cf. Constituição
Sacrosanctum Concilium 10-14) que a participação na Santa Missa deve ser
ativa, pois envolve a pessoa inteira, interna e externamente: espírito,
mente, sentidos, gestos, palavras, liberdade, criatividade, silêncio. Há
de ser uma participação consciente, buscando o conhecimento do mistério
de Cristo, com a mente, para poder se identificar com ele com o
coração. Nossa participação na Eucaristia é chamada a ainda a
ser plena, completa, pelo acolhimento da fé, com verdadeira experiência
de plenitude da presença de Deus, um culto em espírito e em verdade.
Desejamos ainda os frutos da participação na Eucaristia, que tem por
finalidade a glorificação de Deus e a santificação da humanidade em
Cristo. A participação frutuosa acontece quando são alcançadas essas
dimensões. Na Santa Missa, cada pessoa faça aquilo que lhe cabe, pela
missão que lhe foi dada, valorize os serviços das outras pessoas,
envolva-se no mistério celebrado, para que se multipliquem depois os
frutos de sua participação ativa e verdadeira.
Tudo conduza assim cada fiel à Comunhão
Eucarística, que há de ser sempre o Pão Vivo para a vida cristã neste
mundo. Quem comunga pelo menos aos Domingos, alimenta-se para ser
comunhão com os outros, reconhecer o valor da vida comunitária na Igreja
e ser fermento de comunhão na sociedade.
Como o Mistério é muito grande e seu
valor é infinito, prolonga-se no Culto Eucarístico fora da Missa o
louvor a Deus e a oração fervorosa. Este é o sentido da presença do
Senhor no Tabernáculo de nossas Igrejas. Cada Sacrário seja princípio de um incêndio positivo de amor, cultivado na Visita frequente a Jesus Sacramentado.
Enfim, aqui também encontra seu valor a celebração do Triunfo
Eucarístico, com a Procissão de Corpus Christi, na Solenidade do Corpo e
do Sangue do Senhor, celebrada com alegria pela Igreja nestes dias, com
a qual clamamos “graças e louvores sejam dados a todo momento, ao
Santíssimo e Digníssimo Sacramento”. Em toda parte, do nascer ao pôr do
sol!
Fonte : CN
Fonte : CN
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