terça-feira, 7 de janeiro de 2014

A voz do PAPA

SOLENIDADE DE MARIA SANTÍSSIMA MÃE DE DEUS
XLVII DIA MUNDIAL DA PAZ

PAPA FRANCISCO

ANGELUS

Praça de São Pedro
Quarta-feira, 1º de Janeiro de
2014




Queridos irmãos e irmãs, bom dia e bom ano!

No início do novo ano dirijo a todos vós os bons votos mais cordiais de paz e de todo bem. Os meus votos são os da Igreja, cristãos! Não está relacionado ao sentido meio mágico e fatalista de um novo ciclo que inicia. Sabemos que a história tem um centro: Jesus Cristo, encarnado, morto e ressuscitado, que está vivo no meio de nós; tem um fim: o Reino de Deus, Reino de paz, justiça e liberdade no amor; e tem uma força que se move rumo a este fim: a força é o Espírito Santo. Todos nós temos o Espírito Santo que recebemos no Baptismo, e Ele impele-nos a ir em frente na estrada da vida cristã, na estrada da história rumo ao Reino de Deus.

Este Espírito é o poder do amor que fecundou o ventre da Virgem Maria; e é o mesmo que anima os projectos e as obras de todos os construtores de paz. Onde estiver um homem ou uma mulher construtores de paz, é precisamente o Espírito Santo que os ajuda, os impele a promover a paz. Duas estradas que se cruzam hoje: festa de Maria Santíssima Mãe de Deus e Dia Mundial da Paz. Há oito dias ressoou o anúncio evangélico: «Glória a Deus e paz aos homens»; hoje ouvimo-lo de novo através da Mãe de Deus, que «conservava todas estas coisas, meditando-as no seu coração» (cf. Lc 2, 19), para fazer dele o nosso compromisso durante o ano que inicia.

O tema deste Dia Mundial da Paz é «Fraternidade, fundamento e caminho para a paz». Fraternidade: desenvolvi o tema numa Mensagem, já publicada e que hoje vos entrego idealmente, no seguimento dos meus Predecessores, a partir de Paulo VI. Disto deriva para cada um a responsabilidade de agir a fim de que o mundo se torne uma comunidade de irmãos que se respeitam, se aceitam nas próprias diversidades e se cuidem uns aos outros. Somos chamados também a dar-nos conta das violências e injustiças presentes em muitas partes do mundo e que não nos podem deixar indiferentes ou imóveis: é necessário o compromisso de todos para construir uma sociedade deveras mais justa e solidária. Ontem recebi uma carta de um senhor, talvez um de vós, que ao me contar uma tragédia familiar, sucessivamente enumerava muitas tragédias e guerras de hoje, no mundo, e me perguntava: que acontece no coração do homem que faz tudo isto? E, no final, dizia: «É hora que acabe». Também eu acredito que nos fará bem acabar com esta estrada de violência e procurar a paz. Irmãos e irmãs, faço minhas as palavras desse homem: que acontece no coração do homem? Que acontece no coração da humanidade? É hora de acabar!

Hoje, de todos os cantos da terra, os crentes elevam orações para pedir ao Senhor o dom da paz e a capacidade de a levar em todos os âmbitos. Neste primeiro dia do ano, o Senhor nos ajude a dirigirmo-nos todos juntos com mais decisão para o caminho da justiça e da paz. E comecemos em casa! Justiça e paz em casa, entre nós. Comecemos em casa e depois nos alargamos a toda a humanidade. Mas devemos iniciar em casa. O Espírito Santo aja nos corações, abra os fechamentos e as durezas e conceda que nos enterneçamos diante da fragilidade do Menino Jesus. De facto, a paz requer a força da mansidão, a força não-violenta da verdade e do amor.

Nas mãos de Maria, Mãe do Redentor, coloquemos as nossa esperanças com confiança filial. A Ela, que estende a sua maternidade a todos os homens, confiemos o brado de paz das populações oprimidas pela guerra e pela violência, para que a coragem do diálogo e da reconciliação prevaleça sobre as tentações de vingança, de prepotência e de corrupção. A Ela peçamos que o Evangelho da fraternidade, anunciado e testemunhado pela Igreja, possa falar a cada consciência e abater os muros que impedem aos inimigos que se reconheçam irmãos.

Uma Materia muito interessante

Cooptadas pela ignorância

A intolerância dos novos movimentos sociais mostra como o ódio, cego e irracional, ainda é a base do comunismo

Não é – ou, pelo menos, não deveria ser – novidade para ninguém que os novos movimentos sociais, conhecidos por sua aparente luta por "tolerância", "diversidade" e "respeito à diferença", surgiram na linha de uma tradição de pensamento marxista, que substituiu, nas últimas décadas, a guerrilha armada pela guerra de ideias. Uma ótima introdução ao assunto é o curso "Revolução e Marxismo Cultural". Em suma, as categorias concebidas por Marx para o campo econômico foram transferidas para o terreno cultural: a "luta de classes", que se limitava a um choque entre a burguesia e o proletariado, hoje, arma todas as pessoas contra as outras – mulheres contra homens, negros contra brancos, filhos contra pais etc. Nunca o conselho do líder socialista Vladimir Lênin foi seguido tão à risca: "Precisamos odiar. O ódio é a base do comunismo. As crianças devem ser ensinadas a odiar seus pais se eles não são comunistas".
No entanto, para conquistar seus intentos, as mentes destes movimentos precisam contar com uma grande massa de pessoas que, no fundo, não conhece nem a origem nem o objetivo real da causa pela qual tão cegamente milita. É um grupo apelidado gentilmente de "idiotas úteis". Incapaz de ter um pensamento próprio ou de opor resistência à ideologia reinante, filia-se a uma associação de inspiração política ou social pelo simples sentimento de pertencer a um grupo, independentemente da veracidade das ideias que este adota.
É difícil saber se Inna Schevchenko – a ativista do Femen que protestou, nua, na praça de São Pedro, dizendo que o "o Natal foi cancelado" – é ou não uma dessas "idiotas úteis". Também não é possível dizer que a jovem Josephine Witt – também ativista do Femen, que invadiu a Catedral de Colônia durante a Missa matutina de Natal e subiu nua ao altar, com a inscrição "eu sou deus"01 – não sabia o que estava fazendo.
A lógica por trás destes protestos criminosos, no entanto, revela não só a face demoníaca dos "novos revolucionários", como o profundo desconhecimento do verdadeiro rosto da Igreja. Muitas mulheres entram no movimento feminista convencidas com o discurso mentiroso de que o Cristianismo ou não lhes deu suficiente espaço na sociedade ou sempre as oprimiu, impiedosamente.
Nada é mais falso. Com o florescimento da religião cristã, a mulher passou a ser tratada com decoro e dignidade – o extremo oposto do lugar a que a Antiguidade a tinha relegado02. A figura feminina do Império Romano outra posição não tinha conhecido senão a de subjugo e humilhação, vítima que era da poligamia, do divórcio fácil e do próprio infanticídio.
De fato, em qual ambiente da Grécia ou da Roma Antiga poder-se-ia imaginar uma mulher regendo um império, como aconteceu na Idade Média, com não poucas delas chegando inclusive à honra dos altares? Em qual sociedade antiga uma mulher se entregou à vida intelectual a ponto de imitar a magnitude de uma Hildegarda de Bingen ou de uma Teresa de Ávila?
Por essas e outras, é preciso concordar com Dom Aquino Corrêa que:
"A mulher em si mesma (...) nunca foi tão exaltada como no cristianismo. Dir-se-ia até que o foi mais do que o homem, não só porque Jesus a encontrara mais aviltada, e a tomou de mais baixo, como também porque, pela apoteose incomparável de Maria Santíssima, colocou uma simples mulher em culminâncias inatingíveis a nenhuma outra criatura humana."03
A invasão de templos e a profanação de cultos religiosos por ativistas ilustram até onde pode chegar o homem quando se afasta de Deus. E como é forte a ignorância de quem, para defender a "liberdade", ataca a instituição e o patrimônio que forjaram a civilização ocidental. Como dizia o venerável arcebispo Fulton Sheen, "não existem cem pessoas que odeiam a Igreja Católica, mas existem milhões que odeiam aquilo que pensam ser a Igreja Católica".

Por
Equipe Christo Nihil Praeponere

Santo Padre disse ser necessário manter-se vigilante e ter sabedoria para identificar o que é de Deus

Santo Padre disse ser necessário manter-se vigilante e ter sabedoria para identificar o que é de Deus/

Da Redação, com Rádio Vaticano
Papa fala da necessidade de vigiar o coração para escutar Deus

O Papa Francisco retomou, nesta terça-feira, 7, as tradicionais Missas na Casa Santa Marta. Nesta primeira homilia, após as festividades natalinas, o Santo Padre destacou que o caminho de Jesus é do serviço e da humildade, algo que todos os cristãos são chamados a seguir.
As reflexões do Papa partiram de uma exortação do apóstolo João na Primeira Leitura: “Permaneçam no Senhor”. Trata-se, segundo Francisco, de um conselho de vida que João repete de modo quase obsessivo.
Ele explicou que o apóstolo indica um dos comportamentos do cristão que quer permanecer no Senhor: conhecer o que acontece no próprio coração. Daí a necessidade de saber discernir o que aproxima e o que afasta o homem de Deus.
“O nosso coração sempre tem desejos, vontades, pensamentos (…) Coloquem à prova os espíritos para ver se eles realmente vêm de Deus, porque muitos falsos profetas vieram ao mundo. Profetas, profecias ou propostas: ‘Eu quero fazer isso!’. Mas isso não o leva ao Senhor, mas o afasta d’Ele”.
Por causa de situações assim, Francisco destacou a necessidade de vigilância. Segundo ele, o cristão é um homem ou uma mulher que sabe vigiar o seu coração e deve saber identificar o que é e o que não é de Deus, a fim de permanecer n’Ele.
Para fazer esta distinção, o Papa disse que é preciso reconhecer Cristo, vindo na carne, o que significa reconhecer Seu caminho de humildade até a morte na cruz. “Se um pensamento, um desejo leva você para esse caminho de humildade, de rebaixamento, de serviço aos outros, é de Jesus. Mas se o leva ao caminho da suficiência, da vaidade, do orgulho, ao caminho de um pensamento abstrato, não é de Jesus”.
Concluindo a homilia, o Santo Padre propôs que cada um refletisse sobre o que acontece em seus corações. “Pensemos nisso e não esqueçamos de que o critério é a Encarnação do Verbo. E o apóstolo João nos conceda esta graça de reconhecer o que acontece no nosso coração e ter a sabedoria de discernir o que vem de Deus e o que não vem d’Ele”.

Enquanto você dorme o mal cria raiz e avança sobre o mundo

Enquanto você dorme o mal cria raiz e avança sobre o mundo

Temos que nos levantar em oração para conter o avanço do mal.

Divulgação/The Satanic Temple
A estátua de mais de dois metros de altura que o grupo Templo Satânico pretende erguer em Oklahoma


A decisão de erguer o monumento é uma reação à autorização que legisladores estaduais deram para a construção de um marco aos Dez Mandamentos nos jardins do capitólio de  Oklahoma. A partir dessa liberação, outros grupos minoritários (caso do Peta, ONG de proteção animal) exigiram receber o mesmo tratamento.
"Nosso monumento celebra a respeito constitucional pela liberdade religiosa e pela liberdade de expressão. O satanismo é um componente fundamental para a concepção da liberdade nos Estados Unidos", afirmou Lucien Greaves, porta voz do Templo Satânico, que está angariando fundos para a obra, orçada em US$ 20 mil (cerca de R$ 47 mil).

domingo, 5 de janeiro de 2014

Manuscrito da Terceira Parte do Segredo, escrito há 70 anos atrás, exposto no Santuário de Fátima

Manuscrito da Terceira Parte do Segredo, escrito há 70 anos atrás, exposto no Santuário de Fátima


foto: Spe Deus (http://spedeus.blogspot.com.br)
FATIMA, 03 Jan. 14 / 05:19 pm (ACI).-

Neste 3 de janeiro de 2014, completa-se setenta anos desde que o manuscrito com a terceira parte do chamado Segredo de Fátima foi escrito pela Irmã Lúcia. Pertença do Arquivo Secreto da Congregação para a Doutrina da Fé, no Vaticano, o manuscrito encontra-se atualmente em Fátima, na exposição temporária “Segredo e Revelação”, que pode ser visitada até o final de outubro, entre as 9:00h e 19:00h, na Basílica da Santíssima Trindade, localizada no Santuário de Fátima.

Inaugurada a 30 de novembro de 2013, a exposição registou até ao dia de ontem, 2 de janeiro de 2014, mais de 11 mil visitantes.

Entretanto, por iniciativa do Santuário de Fátima, decorre também um estudo diplomático e paleográfico do documento, a cargo de Maria José Azevedo Santos, professora catedrática da Faculdade de Letras da Universidade de Coimbra, especialista em Diplomática e Paleografia.

A história do documento

Em declarações divulgadas na manhã de hoje pela Postulação para a Causa da Causa de Beatificação da Serva de Deus Irmã Maria Lúcia de Jesus e do Coração Imaculado, é recordado o contexto do pedido à irmã Lúcia: “Nossa Senhora voltou a mostrar a Lúcia o cenário apocalíptico da terceira parte do Segredo, porém com alguma diferença, a vidente apenas foi autorizada por Nossa Senhora a escrever na carta aquilo que viu e não aquilo que lhe foi dado entender”.

Segundo os arquivos do Serviço de Estudos e Difusão (SESDI) do Santuário de Fátima, a 3 de janeiro de 1944, em Tui, Espanha, Lúcia redige o documento com o conteúdo relativo à terceira parte do Segredo, respeitante à revelação da Virgem Maria a 13 de julho de 1917. O documento é, posteriormente, enviado ao bispo de Leiria, D. José Alves Correia da Silva, num sobrescrito lacrado.

De entre os vários momentos pelos que passou o documento até aos dias de hoje, passíveis de serem conhecidos através da cronologia mostrada na exposição “Segredo e Revelação”, o SESDI sublinha a entrega do Manuscrito à Nunciatura Apostólica de Lisboa, por D. João Pereira Venâncio, bispo auxiliar de Leiria, a 1 de março de 1957.

No mês seguinte, a 4 de abril, o manuscrito da terceira parte do Segredo de Fátima chega ao Vaticano, sendo guardado no Arquivo Secreto do Santo Ofício, atual Congregação para a Doutrina da Fé.

Dois anos depois, a 17 de agosto, o Papa João XXIII solicita que o documento fosse levado, mas decide não revelar o seu teor.

Ainda de acordo com a investigação do SESDI, a 27 de março de 1965, o Papa Paulo VI lê o documento, tomando dessa forma conhecimento da terceira parte do Segredo de Fátima; depois de o ler, decide que o mesmo não seja revelado.

João Paulo II agiria primeiramente da mesma forma. Entre 18 de julho e 11 de agosto de 1981, uns meses após o atentado de que fora alvo em Roma (13.05.1981), o Papa lê o texto original do documento, assim como a tradução do mesmo em italiano, mas decide reenviá-lo para o Arquivo Secreto da Congregação para a Doutrina da Fé.

Maria José Azevedo Santos é a primeira a destacar a decisão histórica do Santuário de Fátima ao solicitar o estudo diplomático e paleográfico do Manuscrito da Terceira Parte do Segredo de Fátima.

O estudo ainda está em andamento, mas a investigadora, em entrevista ao jornal oficial do Santuário de Fátima “Voz da Fátima” (edição de 13.01.2014), adianta algumas conclusões e especificidades do documento: trata-se do manuscrito autêntico, foi escrito em papel de carta sem marca de água e, curiosamente, não tem a assinatura da Irmã Lúcia.

Professora catedrática da Faculdade de Letras da Universidade de Coimbra, especialista em Diplomática e Paleografia, Maria José Azevedo Santos foi convidada a analisar, à luz destas duas ciências, o Manuscrito da Terceira Parte do Segredo de Fátima, propriedade do Vaticano, atualmente confiado ao Santuário de Fátima que o colocou na exposição temporária “Segredo e Revelação”.

“Sou mulher, leiga. O convite que me foi feito mostra que a Igreja está aberta a receber contributos das áreas científicas nas quais trabalho, aliás, fundadas por religiosos no século XVII”, afirmou ao destacar “o grande interesse na aliança entre a abordagem pastoral e teológica”, que deixa “para os teólogos e para os que estudam a vida da Irmã Lúcia”, e esta abordagem pelas ciências da Diplomática e Paleografia.

“Este meu testemunho é verdadeiramente um testemunho singular, porque o encargo que recebi é também singular. Fui a primeira mulher leiga a entrar em contato direto com o documento em apreço, com prévia autorização de Sua Santidade, o Papa Francisco, concedida aos delegados do Bispo de Leiria-Fátima”, destaca a investigadora.

Só dezenove anos depois, ainda no pontificado de João Paulo II, a 13 de maio de 2000, o cardeal Angelo Sodano, no final da celebração da beatificação de Francisco e Jacinta Marto, que decorreu no Santuário de Fátima, revelaria o conteúdo da terceira parte do Segredo.

Assim como a sua revelação, também a interpretação do conteúdo do manuscrito ficou ao cuidado da Igreja. A 26 de junho do ano 2000, a Congregação para a Doutrina da Fé apresenta publicamente a terceira parte do Segredo de Fátima, numa conferência de imprensa realizada no Vaticano, presidida pelo cardeal Joseph Ratzinger, autor do comentário teológico.

O conteúdo do texto do terceiro segredo de Fátima e sua interpretação pela Sagrada Congregação para a Doutrina da Fé encontra-se no site oficial do Vaticano em português em:

http://www.vatican.va/roman_curia/congregations/cfaith/documents/rc_con_cfaith_doc_20000626_message-fatima_po.html