domingo, 21 de fevereiro de 2010

Kairos com comunidade Aliança de Misericórdia Como se libertar das forças do mal

Como se libertar das forças do mal

padre Antonello
Foto: Sávio/CN
“Finalmente, irmãos, fortalecei-vos no Senhor, pelo seu soberano poder. Revesti-vos da armadura de Deus, para que possais resistir às ciladas do demônio. Pois não é contra homens de carne e sangue que temos de lutar, mas contra os principados e potestades, contra os príncipes deste mundo tenebroso, contra as forças espirituais do mal (espalhadas) nos ares. Tomai, por tanto, a armadura de Deus, para que possais resistir nos dias maus e manter-vos inabaláveis no cumprimento do vosso dever. Ficai alerta, à cintura cingidos com a verdade, o corpo vestido com a couraça da justiça, e os pés calçados de prontidão para anunciar o Evangelho da paz. Sobretudo, embraçai o escudo da fé, com que possais apagar todos os dardos inflamados do Maligno.  Tomai, enfim, o capacete da salvação e a espada do Espírito, isto é, a palavra de Deus. Intensificai as vossas invocações e súplicas. Orai em toda circunstância, pelo Espírito, no qual perseverai em intensa vigília de súplica por todos os cristãos.”

Acredito que este seja um dos trechos mais difíceis de se entender na bíblia, mas hoje tentaremos esclarece-lo. Paulo nos dá o caminho para a santidade neste trecho. Por exemplo, o que são os principados e potestades? A mentalidade do homem é que há uma luta entre o bem e o mal, mas nem todos crêem que exista espíritos maus. Tudo o que Deus criou era bom, mas então o que são essas forças más que estão espalhadas nos ares?

Hoje nós vemos o que está acontecendo no mundo, as catástrofes, e tantas outras coisas e parte disso pode ser atribuído a esses espíritos que estão pelos ares. Os espíritos malignos são seres espirituais que não tem a capacidade de sentir ou fazer coisas ou pecados como cometemos nós seres humanos, pois eles não são matéria, estão nos ares.

Estes espíritos são malignos, mas não foram sempre malignos, pois o que Deus criou era bom. Deus os colocou à prova, eles foram colocados na situação de poder dizer sim ou não e escolheram dizer não a Deus. Mas nesse período da prova destes anjos alguns começaram a ter dúvidas se realmente queriam viver inteiramente na presença de Deus, se Deus realmente queria o bem deles.

São Tomás de Aquino diz que para os anjos também tem um tempo, porém eles não vivem como nós seres humanos submetidos a um tempo material, físico, eles vivem em um tempo espiritual, imaterial, chamado Evo.

Mas estes espíritos começaram a pensar se Deus realmente os queria bem e começaram a pecar, porque se permitiram a duvidar de Deus. Desta forma a vontade dos anjos começou a se enfraquecer, a vontade deles começou a dizer “vai e te afasta de Deus” e a razão começou a fortalecer a vontade, começou a dar motivações para que o pecado deles se concretizasse e eles se afastassem de Deus.

Começou então uma luta terrível de quem estava a favor de Deus e quem estava contra o que Deus lhes falava. Para os que eram contra Deus, tudo se tornou pesado e eles já não tinham forças para obedecer a Deus. Deus tentava lhes mostrar que eram amados, mas infelizmente tudo já havia se tornado pesado a eles e tudo que Deus lhes fazia, eles pensavam que era para serem dominados.

Em apocalipse 12, 7, vai dizer que houve uma batalha no céu, mas esta batalha não foi com canhões, armas, pois como eu disse os anjos são seres espirituais, mas foi uma batalha intelectual. Miguel tentava mostrar-lhes que o que eles estavam fazendo podia afastar-lhes definitivamente de Deus e eles queriam mostrar que tudo o que Deus fazia era para dominá-los. Essa batalha aconteceu em um Evo, tempo em que vivem os seres espirituais.
"Se você alimentar a dúvida, o demônio pode tomar conta de você!" diz pe. Antonello
Foto: Sávio/CN

Nesta fase alguns anjos que já haviam se decidido se afastar de Deus voltaram para o lado de São Miguel e outros se convenceram a lutar contra São Miguel e se afastar de Deus. Depois de um certo tempo Deus legitimou que não podia fazer mais nada por estes anjos, pois eles se decidiram definitivamente contra Deus. E então Deus os expulsou de sua presença. Nós, humanos, dizemos que estes espíritos, os demônios, foram para o inferno, mas na verdade o inferno está neles mesmos, pois eles sofrem por terem se afastado da presença de Deus.

Havia uma organização, era tudo harmonioso entre estes anjos, mas eles se tornaram rebeldes. Chamamos estes de principados e potestades, porque é assim que chamamos a classe dos anjos e embora eles tenham se afastado de Deus não deixaram sua natureza, então usamos estes termos tanto para os anjos como para os demônios. Cada um destes demônios foram se tornando maus e aumentando suas maldades.

Nós não podemos nos relacionar com estes espíritos maus, como diz São Paulo, precisamos nos proteger deles. Há demônios de classe inferiores que se tornaram mais maus do que aqueles que eram de classes superiores. Dou um exemplo, Hitler comandou um exército e fez muitas maldades, mas possivelmente haviam soldados subordinados a ele que nos campos de batalha se tornaram muito piores do que Hitler e tiveram a capacidade de fazer maldades piores que o seu próprio comandante.

Já os anjos que optaram por Deus se aproximaram mais e mais de Deus e por isso foram adquirindo mais virtudes. Então não devemos nos deixar dominar pelos males desses demônios, eles continuamente vivem contra Deus. E nós precisamos nos defender destes males. Quantas famílias e casais se destroem pelos mesmos princípios destes anjos que duvidaram de Deus? A mulher começa a duvidar do marido e começa a se afastar do marido e de Deus, pois acha que Deus não houve suas preces e começa dar ouvido a amigas e em tudo isso estes espíritos malignos vão percebendo e vão agindo, tornando as coisas cada vez piores ao ponto de destruir as famílias.

Fiquemos atentos contra os espíritos maus e lutemos contra qualquer dúvida, contra os males que eles nos fazem. Se você alimentar a dúvida, o demônio pode tomar conta de você!
Transcrição e adaptação: Flávio Pinheiro
Acompanhe as pregações pelo twitter @cancaonova e retuite a mensagem que mais falar ao seu coração.


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quinta-feira, 18 de fevereiro de 2010

Dez princípios conservadores

Primeiro, um conservador crê que existe uma ordem moral duradoura.
  O nosso mundo do século XX experimentou as terríveis conseqüências do colapso na crença em uma ordem    moral.


Segundo, o conservador adere ao costume, à convenção e à continuidade
É o costume tradicional que permite que as pessoas vivam juntas pacificamente; os destruidores dos costumes demolem mais do que o que eles conhecem ou desejam.

Terceiro, os conservadores acreditam no que se poderia chamar de princípio do preestabelecimento.
Os conservadores percebem que as pessoas atuais são anões nos ombros de gigantes, capazes de ver mais longe do que seus ancestrais apenas por causa da grande estatura dos que nos precederam no tempo.

Quarto, os conservadores são guiados pelo princípio da prudência.

Burke concorda com Platão que entre os estadistas a prudência é a primeira das virtudes. Toda medida política deveria ser medida a partir das prováveis conseqüências de longo prazo, não apenas pela vantagem temporária e pela popularidade.

Quinto, os conservadores prestam atenção no princípio da variedade.Eles gostam do crescente emaranhado de instituições sociais e dos modos de vida tradicionais, e isto os diferencia da uniformidade estreita e do igualitarismo entorpecente dos sistemas radicais.

Sexto, os conservadores são refreados pelo princípio da imperfectibilidade.A natureza humana sofre irremediavelmente de certas falhas graves, bem conhecidas pelos conservadores.

Sétimo, conservadores estão convencidos que liberdade e propriedade estão intimamente ligadas.Separe a propriedade do domínio privado e Leviatã se tornará o mestre de tudo. Sobre o fundamento da propriedade privada, construíram-se grandes civilizações. Quanto mais se espalhar o domínio da propriedade privada, tanto mais a nação será estável e produtiva.


Oitavo, os conservadores promovem comunidades voluntárias, assim como se opõem ao coletivismo involuntário.
Embora os americanos tenham se apegado vigorosamente aos direitos privados e de privacidade, também têm sido um povo conhecido por seu bem sucedido espírito comunitário. Na verdadeira comunidade, as decisões que afetam de forma mais direta as vidas dos cidadãos são tomadas no âmbito local e de forma voluntária.

Nono, o conservador percebe a necessidade de uma prudente contenção do poder e das paixões humanas
 Politicamente falando, poder é a capacidade de se fazer aquilo que se queira, a despeito da aspiração dos próprios companheiros.

Décimo, o pensador conservador compreende que a estabilidade e a mudança devem ser reconhecidas e reconciliadas em uma sociedade robusta.
O conservado não se opõe ao aprimoramento da sociedade, embora ele tenha suas dúvidas sobre a existência de qualquer força parecida com um místico Progresso, com P maiúsculo, em ação no mundo.

Texto extraido do site : http://www.padrepauloricardo.org/site/wp-content/uploads/2009/07/Dez_principios_conservadores_Russel_Kirk_Traducao.pdf 

Adptado por unidade catolica

terça-feira, 16 de fevereiro de 2010

A propósito do debate sobre Pio XII

L'Osservatore Romano, com tradução de CN Notícias


Novidades que não são nada novas

L'Osservatore Romano - Edizione Quotidiana em italiano - Terça-feira, 02 de fevereiro de 2010
por Raffaele Alessandrini

"Diante do Holocausto, os Aliados e todos os outros foram silenciosos, mas apenas se pedem explicações sobre Pio XII, os outros nunca vêm para a mesa de discussão". O Cardeal Achille Silvestrini, testemunha e, por muitos anos, protagonista da diplomacia vaticana, em uma entrevista ao La Stampa de 1º de fevereiro, reage dessa forma à enésima acusação contra o Papa Pacelli.

A "novidade" do momento seria composta por dois documentos provenientes, até onde se sabe, dos arquivos britânicos de Kew Gardens: um telegrama de 19 de Outubro de 1943 e uma carta de 10 de Novembro de 1944.

No primeiro documento, a cargo do representante dos Estados Unidos na Santa Sé, Harold Tittmann, se descreve o cuidado formal de Pio XII após a deportação de judeus romanos. Mas ele se esforçou logicamente a não quebrar o respeito demonstrado pela Santa Sé, até aquele momento, pelos alemães. "Naquele período trágico, o Papa tinha a preocupação de que os alemães deixassem Roma tranquila e respeitassem o seu caráter sagrado", destaca o Cardeal Silvestrini. E isso não se tratava de uma escolha contra os judeus. Ao contrário. Era a atitude prudente que permitiria agir de forma eficaz e concreta. Para os judeus e para muitos outros perseguidos. Todo o gesto dramático de protesto ou revolta teria sido contraproducente.

"Ao mesmo tempo, o Papa trabalhou a fim de que as igrejas e instituições católicas acolhessem quantos judeus fosse possível (...) mas um protesto explícito traria mais prejuízos que benefícios", complementa Silvestrini. O Papa Pacelli conhecia a situação melhor que muitos outros, defende o cardeal. Pio XII havia sido núncio em Mônaco e em Berlim de 1917 a 1929, e era favorável à República de Weimar. Ele sabia bem o que era o nazismo.

No outro documento, do outono de 1944, relata uma conversa entre o embaixador britânico Francis D'Arcy Osborne e Pio XII, sobre o massacre dos judeus da Hungria, promovido pelos nazistas exatamente nos dias em que a Santa Sé recebia demandas constantes de denúncia dos crimes stalinistas nos Países bálticos e na Polônia. Enquanto o embaixador defendia uma denúncia pública das atrocidades nazistas, sugeria a ser omisso quanto aos acontecimentos produzidos pelos aliados soviéticos. Ao invés disso, o Papa preferiu manter coerentemente sua linha de prudência.

"Pio XII considerava o que aconteceu aos bispos holandeses como um aviso a não fazer o mesmo. O episcopado da Holanda tinha escrito uma carta em que condenava 'o tratamento cruel e injusto reservado aos judeus'. Aquele documento foi lido nas igrejas holandesas em julho de 1942. As intenções eram boas, mas os resultados foram desastrosos. Exatamente nos países em que os sacerdotes tinham mais duramente denunciado a perseguição aos judeus é que foram maiores as deportações, mais que em qualquer outro país da Europa Ocidental", finaliza o Cardeal Silvestrini.

Documentos da Santa Sé sobre Pio XII estarão na internet

Serão publicadas em breve na Internet, as mais de 8 mil páginas dos "Atos e documentos da Santa Sé relativos à II Guerra Mundial" (Actes et documents du Saint-Sie'ge relatifs a' la Seconde guerre mondiale), redigidos pelos padres jesuítas Pierre Blet, Angelo Martini, Robert A. Graham e Burkhart Schneider. A obra, de onze volumes, foi publicada pela Livraria Editora Vaticana.


O material foi publicado por ordem de Paulo VI, e contém uma seleção ampla e detalhada dos documentos dos arquivos secretos do Vaticano sobre a II Guerra e o pontificado de Pio XII naqueles anos.
A iniciativa de disponibilizá-lo na Internet tem o apoio da Santa Sé, que aderiu ao pedido da Fundação "Faça o caminho" (Pave the Way Foundation-Ptwf), uma organização judaico-americana. Foi digitalizada uma antologia de 5.125 documentos
pertencentes aos Arquivos Secretos do Vaticano e datados entre março de 1939 e maio de 1945.
A Fundação PTW é uma organização concebida para remover os obstáculos entre as religiões, promover a colaboração e colocar fim ao abuso da religião para fins políticos.
Em entrevista à Zenit, o fundador e presidente Gary Krupp, diz que "ao desenvolver sua missão, constatou que o papado de Pio XII, na época da II Guerra, foi motivo de contestação. Este fato – explica – tem impacto sobre mais de um bilhão de pessoas. A publicação on-line de todo este material quer ser um serviço à verdade histórica".

Fonte : Radio vaticano

quinta-feira, 11 de fevereiro de 2010

Patriarca de Moscou destaca pontos em comum com Bento XVI


Arquivo
Papa Bento XVI e o Patriarca Kirill
"Tarefas comuns e diversos encontros com representantes da Igreja Católica têm confirmado que as nossas opiniões coincidem em muitas questões que interpelam os cristãos no mundo moderno: a agressiva secularização, a globalização, a erosão dos princípios tradicionais da ética".

Esse é um dos resultados do encontro dos bispos da Igreja Ortodoxa Russa, realizado na última semana na Catedral de Cristo Salvador, por ocasião do primeiro aniversário da eleição do Patriarca de Moscou, Kirill, e que também salientou a "evolução positiva" desde o ano passado no âmbito do diálogo entre católicos e ortodoxos russos.

Kirill apresentou aos bispos um longo relatório sobre as atividades, visitas e viagens que marcaram seu primeiro ano como Patriarca, reservando uma seção detalhada para as relações com a Igreja Católica.

"É importante ressaltar que, nas questões que são motivo de preocupação para os católicos e ortodoxos, Bento XVI tomou uma posição muito próxima à Igreja Ortodoxa. E isso é comprovado pelos seus discursos, mensagens, bem como pelas opiniões de altos representantes da Igreja Católica Romana, com os quais temos contato", ressaltou.

O Patriarca de Moscou observou que "uma visão comum de proteção à dignidade humana na Europa" surgiu também durante o encontro que o presidente do Departamento de Relações Externas do Patriarcado, Arcebispo neo metropolita Hilarion, teve em setembro passado com o Papa e representantes da cúria.


Problemas existentes

Em seu discurso, Kirill também lembrou a decisão tomada em novembro pelo Tribunal Europeu dos Direitos do Homem sobre a inadmissibilidade da presença de crucifixos nas escolas italianas, dizendo que "foi um ataque claro à tradição cristã europeia". Por isso, a Igreja Ortodoxa Russa manifestou a sua solidariedade com a Igreja Católica na Itália. "Temos reiterado que a civilização europeia tem raízes cristãs; por isso, é absolutamente inaceitável privar a Europa e as suas instituições os símbolos de sua identidade espiritual", disse Kirill.

No relatório, o Patriarca não esconde "os problemas existentes" nas relações bilaterais, nos quais "continua a se trabalhar". Em particular, falou da "situação difícil na Ucrânia", esperando "medidas concretas" do lado católico. Existe um balanço diferente no que diz respeito às relações entre a Igreja Ortodoxa Russa e Igrejas protestantes.

O nó principal está na "liberalização rápida do mundo protestante". São apontadas, em particular, as bênçãos às uniões homossexuais e a eleição de bispos abertamente homossexuais. Esses são "os motivos por que fomos obrigados a interromper o relacionamento com a Igreja Episcopal dos Estados Unidos e a Igreja Luterana da Suécia", sublinhou.

No parágrafo reservado ao mundo protestante, Kirill também recorda com pesar a eleição da "bispa" Margot Kassmann como presidenta do Conselho da Igreja Evangélica na Alemanha.

"Como o diálogo com os nossos homólogos protestantes é importante, tentaremos verificar a possibilidade de superar as diferenças fundamentais entre a ortodoxia e o protestantismo. Se isso não for possível, ainda existem muitas outras questões importantes que não estão directamente relacionadas à realização da unidade na fé e na estrutura da Igreja, mas são fundamentais em termos de cooperação para a paz, a justiça, a integridade da criação e a resolução de outras questões que requerem uma ação conjunta de pessoas que acreditam na Santíssima Trindade", afirmou.

Por fim, Kirill expressou desejar que a eleição do metropolita Emmanuel (Patriarcado de Constantinopla) para a presidência do Conselho Europeu de Igrejas possa "superar os problemas" que a Igreja russa tem em relação a esse organismo.

Erros de certas Teologias da Libertação

Artigo do cardeal Eugenio de Araujo Sales, arcebispo emérito do Rio de Janeiro.


O apelo urgente que o Papa Bento XVI endereçava aos Bispos dos Regionais 3 e 4 da CNBB, em visita "ad límina" a 5 de dezembro 2009, não se limitou aos Bispos que estavam presentes, mas, como sempre nessas visitas, se dirige ao Episcopado inteiro e a toda a Igreja no Brasil.
O Santo Padre lembrou as circunstâncias prementes que, 25 anos atrás, exigiam uma clara orientação da Santa Sé no Documento "Libertatis Nuntius". Este, já na primeira linha, afirma que "o Evangelho é a mensagem da liberdade e a força da libertação". Daquele documento, a Igreja recebia grande luz; mas não faltava a animosidade dos que queriam obscurecer e difamar essa doutrina.
Com palavras claras e sempre muito mais convidativas para uma reflexão serena do que repreensivas, o Papa lembrou a gravidade da crise, provocada, também e essencialmente na Igreja no Brasil, por uma teologia que tinha, em seu início, motivos ideais, mas que se entregou a princípios enganadores. Tais rumos doutrinários da Teologia chamavam-se Teologia da Libertação.
A alocução do Papa aos Bispos dos Regionais Sul 3 e 4 é uma mensagem que envolve a autoridade apostólica do Supremo Pastor e o bem evangélico da Igreja entre nós. Por isso, urge que todos os pastores acolham a palavra do Papa e se lembrem daquela crise, que tornava quase impossível, mesmo em ambientes às vezes de alto nível eclesiástico, o diálogo e a discussão serena. Hoje ainda, a Igreja no Brasil, em alguns lugares, sofre consequências dolorosas daqueles desvios.
Ao relativizar, silenciar ou até hostilizar partes essenciais do "depósito da fé", a Teologia da Libertação negligenciava "a regra suprema da Fé da Igreja, que provém da unidade que o Espírito Santo estabeleceu entre a Tradição, a Sagrada Escritura e o Magistério vivo", diz Bento XVI, citando as palavras do Papa João Paulo II ("Fides et Ratio", 55). "Os três não podem subsistir independentes" entre si. – Por isso, hoje ainda, as sequelas da Teologia da Libertação se mostram essencialmente ao nível da Eclesiologia, ao nível da vida e da união da Igreja. A Igreja continua enfraquecida, em algumas partes, pela "rebelião, divisão, dissenso, ofensa e anarquia" (mensagem de Bento XVI). Diz o Santo Padre: Cria-se assim "nas vossas comunidades diocesanas grande sofrimento e grave perda de forças vivaa" (Bento XVI, idem).
Já no documento "Libertatis Nuntius", do ano 1984, o Papa João Paulo II e a Congregação da Doutrina da Fé, presidida pelo então Cardeal Joseph Ratzinger, quis "estender a mão" e oferecer a clara e "benigna luz" da divina fé e da comunhão viva que o Espírito Santo dá à Igreja (Bento XVI, ibd).
Com palavras concisas e fortes, o documento "Libertatis Nuntius" sobre a Teologia da Libertação falava da justa "aspiração à libertação como um dos principais sinais" do tempo moderno. Especialmente "nos povos que experimentam o peso da miséria", com suas massas deserdadas, ofendidas na sua profunda dignidade (cf. LN I,1-2). "O escândalo das gritantes desigualdades entre ricos e pobres já não é tolerado". "Abundância jamais vista, de um lado, e, do outro, vive-se ainda numa situação de indigência, marcada pela privação dos bens de primeira necessidade" (I,6).
Infelizmente, certas Teologias da Libertação, as que mais espaço ocupavam na opinião pública, caíram em um grave unilateralismo. Para o Evangelho da libertação é fundamental a libertação do pecado. Tal libertação exige "por consequência lógica a libertação de muitas outras escravidões, de ordem cultural, econômica, social e política", todas elas derivadas do pecado. Muitas Teologias da Libertação afastaram-se deste verdadeiro Evangelho libertador. Identificaram-se, coisas em si muito boas, com as graves questões sociais, culturais, econômicas e políticas, mas já não mostrando seu real enraizamento no Evangelho, embora vagamente citado, e chegaram até a apelar explicitamente à "análise" marxista. Silenciavam, ou ignoravam, que "na lógica marxista não é possível dissociar a «análise» da «práxis» e da concepção da história" (VIII,2). Destarte, "a própria concepção da verdade encontra-se totalmente subvertida" (VIII,4).
Compreende-se que diante da urgência da situação de tantos que – inermes – sofrem, e diante da insuficiente sensibilidade na consciência pública e nas estruturas dominantes, devem-se exigir não só palavras retóricas, mas ações que na prática se comprometem com cada pessoa, com cada comunidade e com a história.
Mas se este compromisso não se enraíza na dignidade que Deus dá ao homem, tal Teologia, que se apresenta como Libertadora, é na realidade traidora dos pobres e de sua real dignidade (Introdução). "Certo número de teses fundamentais (da TL) não são compatíveis com a concepção cristã do homem" (cf. VIII,8).
O Santo Padre, sabendo que, sob muitos aspectos a Teologia da Libertação está ultrapassada, sabe também e vê que a Igreja no Brasil sofre ainda devastadoras sequelas de tal desvio doutrinário, propagado longamente até por gente bem intencionada, mas não capaz de analisar seus falsos princípios.
É quase um juramento que o Papa conclama os Bispos e agentes de Pastoral de todo o Brasil: "Que, no âmbito dos entes e comunidades eclesiais, o perdão oferecido e acolhido em nome e por amor da Santíssima Trindade, que adoramos em nossos corações, ponha fim à tribulação da querida Igreja que peregrina nas Terras da Santa Cruz" (final da mensagem de Bento XVI).

Arquidiocese do Rio de Janeiro


segunda-feira, 8 de fevereiro de 2010

A beleza da castidade A masculinidade e a feminilidade são dons de Deus

A castidade é um grande dom, que faz com que compreendamos a unicidade do nosso ser. A presença da castidade gera felicidade, dignidade, capacidade para amar, para se doar não por pedaços, mas para se doar por inteiro, como Jesus se deu na cruz. Hoje, vemos um mundo que despreza a beleza da castidade, por isso, as consequências são tão graves.

A castidade gera olhos transparentes, revela o próprio Cristo e aquela que é "toda bela", a Virgem Maria. Mas a ausência dessa virtude vai enfeando o homem. Aí a mulher precisa produzir-se cada vez mais e vai tornando a vida feia, vazia e infeliz.

Sem uma relação profunda de amizade no namoro não existe matrimônio verdadeiro e feliz. Mas como nós não priorizamos, no namoro, a amizade, temos matrimônios imaturos, inseguros, muitas vezes, gerados por relações sexuais pré-matrimoniais. Nós vemos os frutos disso na nossa casa, na nossa família. Temos visto uma sociedade que reivindica a regularização e a aceitação do adultério.

A sociedade nos diz o tempo todo que esse "negócio" de homem e mulher já era, que você é quem escolhe e, assim, vai negando a natureza e o dado inicial que Deus lhe deu. O Senhor o fez homem, não o fez outra coisa e você vai ser feliz sendo homem.

Rapazes, vocês são verdadeiramente homens! O mundo precisa de testemunho de virilidade, com a sua capacidade, com os seus dons, que complementam a mulher. A masculinidade de vocês é um dom de Deus. Vocês são verdadeiramente homens, inteiramente homens.

Pode ser que vocês tragam algumas feridas com vocês, mas não se deixem enganar pelo mundo! Não se arraste pelas modas que arrasam a masculinidade e a virilidade. Sejam homens por inteiro, como Cristo foi! Se há feridas em vocês, deixem que Ele, o Homem que é Cristo, pela Sua graça, pela castidade, os harmonize e os cure. Vocês serão felizes sendo quem vocês são. Quando, em Cristo, deixamo-nos ser aquilo que Deus nos criou, somos felizes.

Minhas queridas irmãs, quero lhes pedir em nome de Cristo, da Igreja e do mundo que vocês não percam o dom maior que Deus lhes deu: a feminilidade. A feminilidade de vocês nos torna mais homens. A feminilidade – não a sensualidade – torna seus esposos e seus filhos mais homens. A sensibilidade de vocês pode ser notada até quando um rosto muda. Vocês são capazes de fazer com que o mundo seja mais humano.

Não deixem de ser como Deus as fez: mulheres por inteiro, todas belas! Não caiam nas falácias do mundo de hoje, que querem que vocês entrem em competição com o homem. Não se deixem enganar pela sensualidade, pela negação da sua sexualidade como mulheres, como se pudessem ser outra coisa sem ser mulheres.

Mulher, que complementa o homem, que faz o mundo mais humano. Em vocês vejo minha mãe, minhas irmãs, minha cofundadora. Não deixem de ser o que vocês são pelas mentiras do mundo.

Onde começa essa deformação do mundo? Quando se despreza a castidade. Como podemos ser amigos da humanidade com uma sociedade que despreza a castidade? Como amigo de Deus e como amigo dos homens, eu sou chamado a testemunhar e a proclamar a beleza da castidade.



Trecho retirado da pregação de Moysés Azevedo, fundador da Comunidade Católica Shalom, durante Acampamento PHN 2007

segunda-feira, 1 de fevereiro de 2010

É verdade que Deus não muda ninguém?

A gente precisa refletir sobre isso!

Sim, é verdade que Deus não muda as pessoas, e isso quer dizer que o Senhor é muito educado e não invade a vida de ninguém por conta de uma mudança necessária. Antes de mais nada o desejo e a decisão de mudar precisão estar presentes na pessoa. É ela quem decide ser diferente e a Luz Divina pode iluminá-la para isso, se assim ela quiser. Por isso ninguém muda ninguém!

Podemos iluminar a vida das pessoas com um modo diferente de viver e ajudá-las a compreender que prescisam - também elas - mudar. No fundo, isso também significa que, se desejo a mudança de alguém, preciso - invariavelmente - começar com minha mudança! Sempre: quem tem que mudar sou eu!

Nada fácil! Mas é a mais pura verdade!



Com carinho e orações,
Seu irmão,Ricardo Sá